28.4.09

.depende da hora e da cor.

tudo muda muito todo dia. sempre estou lendo e repetindo isso por aí, é uma verdade. novos lugares, novas pessoas. tudo uma grande novidade sempre. pessoas vão e voltam, outras apenas vão. algumas chegam e ficam, outras nem chegam. e é até melhor assim, é uma felicidade colorida que escapa pelos dedos e transborda pelos olhos (e até contagia). sorte de quem se permite ser feliz pela felicidade alheia. não tem preço, mas é valioso como um abraço. não tem data de validade, mas a lembrança você carrega pra sempre (ou não!). no meu caso sim. sim, sim e sim!

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quero dizer que os dias tornaram-se mais bonitos, que a grama do vizinho continua mais verde, que há muito tempo eu não ouvia a música do caminhão de gás (ouvi hoje!) e que cada tentativa frustrada (minha) é só mais um empurrão pra persistência (minha de todo dia) que minha mãe tanto fala.


antes eu chorava, agora já nem ligo.

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não vá pra longe de mim, não se perca de nós (dois).

27.4.09

.você sorri, seus olhos ficam brilhando.

passou a noite em claro, (entre lençóis de cetim e o peso do corpo que por certos momentos era o seu melhor lugar), terminou o dia com pequenos flash’s de uma alegria tímida e única, como ela. não eram namorados. eram amigos, mas agiam como amantes. um 'quê' de algo proibido que não existia e, que se não existia, eles inventavam. tinham (muitos) gostos em comum e o silêncio era o que predominava. um silêncio gostoso de sentir (mesmo quando já não se sentia mais nada). tinham o gosto de sair para se desligar do mundo juntos. quase sempre sem rumo, mas o destino era certo. um lugar qualquer, poucas pessoas e a vontade quase sempre incontrolável de não fazer nada e ao mesmo tempo fazer tudo. fumaça, sentidos aguçados e a pele arrepiada. o sorriso fala por si só e ao acordar sentiu uma paz, uma calmaria inquieta e azul como uma manhã de domingo sem ressaca.

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24.4.09

.termina aqui a história que nunca começou.

sou simples. difícil de entender, mas fácil de agradar. não gosto de poucas coisas, entre essas poucas estão a mentira e falta de caráter. acho sujo, acho podre. e fico triste quando esse tipo de coisa cisma em aparecer quando tudo parecia ser diferente. mas não foi. erro meu em acreditar que seria assim? talvez. mas é que sempre sobra um pouco de esperança num cantinho escondido, onde quase sempre nenhuma mágoa fica. não sou de guardá-las e sempre as esqueço perdidas por aí. só levo o que é bom e se por algum motivo hoje já não te levo mais (em mim), é porque a escolha foi sua.

conseqüência de atitudes de um outro alguém em uma história reservada para dois.
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22.4.09

.gigante tentação enfeitada.

talvez coincida da saudade falar mais alto quando a distância já for muito maior do que só algumas poucas quadradas daqui. talvez alguns erros passados cismem em aparecer quando tudo parece tão certo, tão visível aos olhos do coração. tudo é incerto, eu sei. mas às vezes eu esqueço disso por alguns minutos e volto a lembrar logo em seguida, como que acordando de um lugar que não é aqui e que eu não sei pra que lado fica. talvez muitas coisas e pessoas pudessem ter ficado fora de tudo isso, inclusive eu, nós dois. talvez a suposta calmaria que você dizia ver em mim fosse muito maior e arrebatadora do que toda a ansiedade tua em noites em que a insônia nos fazia companhia. talvez os acertos sejam toda essa bagunça de agora escondidos atrás de uma poeira escura e fria que vai perdendo lugar para a chuva que embaça o vidro lá fora.

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longe de mim querer que as coisas que eu escrevo façam algum sentido pra você. eu to aqui pra confundir e tire a conclusão que quiser, mas acredite quando eu digo que a primeira impressão não é a que fica. jogue fora os rótulos, julgue menos e ouça mais. seja sincero, mas lembre-se que todo mundo é feito de carne, ossos e sentimentos.


economizar frases sem pensar é essencial quando as palavras não nos traduzem.

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20.4.09

tipo chuva de verão.


passou rapidinho.

16.4.09

.e quero o que eu nem sabia que era isso que eu queria.

14.4.09

(...)

isso tudo sou eu. essa confusão de palavras bonitas pra te agradar, esse olhar perdido sem direção, o abraço gelado e tímido. tudo isso sou eu. sou um sorriso curto e sincero, um ombro amigo e caminhadas sem destino em quanto o dia termina. sou também a brisa de um dia frio e chuvoso, sou uma manhã calma de um domingo, uma noite agitada de sexta-feira. sou o silêncio gritante que não me deixa ficar quieta quando necessário, sou uma gargalhada perdida na noite. sou doce para uns e extremamente amarga para outros.

sou essa saudade urgente e sem explicação.


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e eu espero do fundo do coração que tudo o que eu tenho pra te dar seja de bom agrado.

porque eu te quero bem.

9.4.09

.sem pressa.


andei procurando amor por aí. procurando por algo que eu não perdi, que eu não esqueci dentro de uma gaveta vazia, que não se encontra em sorrisos vagos e olhares coloridos que não dizem nada. andei procurando amor por aí, em caminhos de ruas tortas e quase sempre sem saídas, escalando muros altos e voltando cheia de arranhões e algumas cicatrizes, sem flores amarelas nos canteiros. andei procurando como quem procura um pedaço seu, uma última esperança de acreditar que é impossível ser feliz sozinho. andei procurando amor por aí como se todo o que eu tenho não fosse suficiente o bastante para mim, (pra te dar). andei procurando longe de mim, esquecendo de olhar para os lados, os dois. andei procurando amor e cansei, sentei na grama verdinha e não pensei em mais nada.

já não procuro mais. não tenho tempo e os sonhos agora eu guardo em pequenas anotações, caso me falhe a memória. as vontades passam, assim como chuva de verão. as lembranças ficam, pra me lembrar que cada dia é único.


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com você também acontece de sempre encontrar algo que você já não procurava mais?

4.4.09

.mas hoje eu queria...


qualquer coisa que doa menos do que estar viva sangrando uma fúria que não é minha. queria um buraco bem grande, escuro, fundo e gelado. um lugar bem longe e quieto. um lugar vazio. queria ser menos impulsiva, menos cabeça dura, menos agressiva e menos egoísta. queria pedir menos, ser menos, sentir menos, provocar menos reações. queria não ser, não sentir, não provocar. não estou me conhecendo, algumas atitudes não são minhas. essa não sou eu e isso tem me feito passar por situações que eu não desejo a ninguém. tenho feito papel de idiota, falando e agindo como uma idiota. não sei o que aconteceu comigo que só me dou conta dos tropeços depois que a impulsividade passou, semelhante a uma tempestade. não sei onde perdi o controle de tudo. não sei quando foi que me tornei essa pessoa mesquinha que provoca lágrimas estragando tudo, terminando dias com o final que não era previsto. parece que sou tão boa nisso, mas não sinto prazer. é como se depois da tormenta, a dor que vem junto me amortecesse por dentro e me fizesse sentir e lembrar que aqui bate um coração, assim como aí. e que ninguém é responsável pelas nossas dores, pelas desilusões, pelas conseqüências dos nossos atos impensados. a roda-gigante não pode parar, suas voltas são cheias de surpresas que resumem cada volta, cada dia.

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ser às vezes sangra.
(C.L)