24.6.08

.que vontade de chorar.

esse clima de partida me incomoda, me faz triste mesmo sabendo que serão só alguns dias. alguns longos, cinzentos e gelados (dias) que se arrastarão.


que me deixarão impaciente, aflita e só.

21.6.08

.leve fuga.

as palavras não saem. nem em pensamentos. como esses que chegam antes de dormir. nem emboladas umas nas outras. como fios de lã. nem escondidas entre as roupas de frio. como dinheiro esquecido no bolso do casaco no inverno passado. nem perdidas em um traço de desenho qualquer. daqueles que dizem tudo. nem enfiando o dedo na garganta. como as vontades que eu sinto às vezes. talvez uma ou outra, das coisas que queria e poderia dizer, surgem quando me pego cantarolando, mas daí é aquele lance: ‘porque não fui eu que escrevi essa frase?’
as palavras se esconderam com o frio. timidamente se espalharam dentro de mim com o vento gelado da madrugada fria. encolheram-se em algum canto meu, esperando o sol do dia seguinte que demora em vir dizer bom dia.
ou simplesmente, perdi as palavras.

7.6.08

.220v.

das vinte e quatro horas do meu dia, quatorze delas estão muito bem ocupadas com os resultados das conquistas que me encorajo a encarar quando coloco na cabeça que é isso ou aquilo que quero pra mim. as outras dez entre um sonho acordado e outro, eu arrumo as crianças pra escola, cuido da casa, vou ao banco, ajudo na lição, seleciono a trilha sonora do dia, vou a loja de tecidos, separo roupas coloridas de roupas brancas, vou ao mercado, fumo um cigarro, decido sobre o almoço, tenho ‘xiliques’, compro pão, cumprimento o porteiro, penduro roupas, abro todas as janelas, (uff)! e, entre essas e muitas outras coisas eu também tenho tempo pra dormir, e durmo. pra quem sabe assim, sonhar de verdade e me desligar por completo por algumas horas apenas..

é em vão.

ainda não encontrei onde desliga, onde corto os fios ou como faz pra acabar a bateria.

3.6.08

.canção que 'não' morre no ar.

ironia do destino aquela música tocar exatamente quando todos pararam de falar. quando todos naquele bar resolveram dar uma trégua naquela falação toda e ocupar suas bocas com outras bocas. quando toda a cidade, sem que ninguém percebesse, ficou estática e silenciosa dando permissão ao refrão, com todas aquelas palavras doces, que um dia já me trouxe boas lembranças e até mesmo aquela saudade perturbadora, do que não foi vivido, quis ocupar espaço naquela estúpida cadeira vazia.

um sorriso perdido no meio da multidão, disse: linda essa música, né?

acendi mais um cigarro e delicadamente respondi: antigamente ela não me dava enjôo.

2.6.08

se é pra eu te ver, então deixa eu dormir.