21.6.08

.leve fuga.

as palavras não saem. nem em pensamentos. como esses que chegam antes de dormir. nem emboladas umas nas outras. como fios de lã. nem escondidas entre as roupas de frio. como dinheiro esquecido no bolso do casaco no inverno passado. nem perdidas em um traço de desenho qualquer. daqueles que dizem tudo. nem enfiando o dedo na garganta. como as vontades que eu sinto às vezes. talvez uma ou outra, das coisas que queria e poderia dizer, surgem quando me pego cantarolando, mas daí é aquele lance: ‘porque não fui eu que escrevi essa frase?’
as palavras se esconderam com o frio. timidamente se espalharam dentro de mim com o vento gelado da madrugada fria. encolheram-se em algum canto meu, esperando o sol do dia seguinte que demora em vir dizer bom dia.
ou simplesmente, perdi as palavras.

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