30.3.09

.corpo que pode explodir.

coração tranquilo, cabeça ocupada.


por um momento senti as paredes do quarto derreterem acompanhando o calor dos corpos. o fio de suor que fazia brilhar a pele se perdia entre outros tantos fios com gosto de lágrima, mas era só o calor. o calor chapante do sabor salgado de um domingo doce. doce como água de coco, quente como asfalto.

as paredes não derreteram por completo, mas a pele ainda brilha, assim como os olhos. o calor continua e junto, o calor do corpo. agora um só, ardendo uma febre com sintomas de felicidade e um sorriso que guarda boas lembranças de um domingo quente, de sol ardido.

27.3.09

.olhos coloridos.

o sol não estava mais por aqui quando o teu perfume pegou carona nos novos ares que chegavam, enchendo a noite de uma saudade nova. te vejo tanto, não tantas vezes, mas tanto (já dizia o autor). te vejo em tantos carros, mas nenhum é o seu. te vejo em tantos lugares, mas nunca é você. te vejo aqui comigo, em um domingo qualquer, jogados na cama entre lençóis e fumaça, mas daí eu acordo. acordo porque sonhar agra é luxo, não tenho tempo e a realidade tem sido tão difícil de acreditar que um pouco mais eu tentaria acordar pra ver se não era mais um sonho. tudo é muito novo, de novo. tudo acontecendo na velocidade certa, um pé de cada vez e o caminho vai sendo seguido. às vezes pedras, às vezes tropeços. muitos bancos, grama verdinha e o colorido das flores. pega carona quem cruza meus dias, seja em um sorriso, seja em um abraço, seja na lembrança.

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queimou o hd. muitas lembranças em formato de pixels, devaneios e letras de musicas que talvez só fiquem lá, na memória perdida de quem, em vão, lembra pra tentar guardar.
guarda pra tentar lembrar.

25.3.09

.pra que saber que horas são.

anda tudo tão corrido por aqui. uma rotina bagunçada de horários e pessoas que nunca sei ao certo que dia é, que horas são. e ao mesmo tempo a calmaria está presente em pequenas partículas de felicidade egoísta que só faz bem, sem olhar a quem.
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fique a vontade.

21.3.09

(...)


algumas vezes parecia ser tão segura de si aos olhos de outra pessoa. parecia determinada, forte e valente. independente, pés no chão e direta. pobre coitada era frágil, tinha um caminho longo a seguir, mas mal sabia se ia pela direita ou pela esquerda. era indecisa que só, mas sobre algumas poucas coisas ainda lhe restava um tanto de certeza. fazia tantos rodeios cuidando para que cada palavra dita não perdesse seu destino, seu sentido. não tinha muitas ambições na vida, mas vivia a vida a sonhar. seu sorriso não era largo, mas era único e sincero. sentimentos a flor da pele e, a procura por sua paz de espírito era sua melhor companhia em dias assim onde ‘sair de casa já é se aventurar’. uma menina mulher de poucos amigos e muita preguiça de pessoas. apaixonada pelo frio, era mal humorada no verão. perdia-se no barulho das folhas de outono, no cheiro das cores da primavera. escondia-se do mundo em um quarto pequeno, porém grande o suficiente para seus pequenos sonhos.

17.3.09

(...)

enquanto você por aqui lê, alguém confuso, longe daqui, espera ansioso por respostas que só aparecerão com o tempo.

eu não sei qual parte da história eu perdi ou de qual eu fiz parte. eu não sei se estou no lugar certo. eu não sei por que me deixei abalar. eu não sei por que na maioria das vezes as pessoas são impulsionadas a concluírem precipitadamente certas atitudes e situações como se elas não fossem humanas. como se não existisse o choro, o equívoco, a traição e a confiança. como se nós, (pessoas até onde sabemos), como se nós fossemos vazias de sentimentos, prazeres, vontades e sensações. eu falo de um todo. eu falo do prazer de ser quem se é. de não passar vontade, de sorrir pelas pequenas coisas.

de contemplar o céu sem pensar no tempo. de responder a um bom dia. de aproveitar todas as chances. de saber ouvir, entender e abraçar. de não perder oportunidades por vaidade, egoísmo e mesquinharias.

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eu nem sei mais do que eu falo agora.

15.3.09

.toda colorida.

tatuei um retrato teu em um pedaço meu. usei cores alegres contrastando com teu olhar triste e curioso. te fiz só, rodeado de coisas tuas, minhas. te carrego comigo muito mais pra sempre do que das outras vezes. te tenho em mim. me descubro em ti.

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fiz mal em envelhecer. foi uma pena. eu era tão feliz em criança...

14.3.09

~

''Seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos - emoções."
(caio fernando abreu)
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tchau, você.

12.3.09

(...)

anotações pós mesa de bar

com o passar dos anos aprendi a não fazer para os outros o que nao quero pra mim. aprendi a ser sincera, a não desperdiçar chances. aprendi também a não me culpar sempre, todo mundo erra. aprendi a não deixar os dias passarem em branco, nem os mais cinzas. aprendi minhas cores. aprendi a lidar com as pessoas, a aceitar diferenças. acho que aprender a acreditar em mim, a gostar mais de mim e me aceitar como sou foram uma das lições mais difíceis, ultrapassando alguns limites. aprendi que no coração não se manda, o músculo se manifesta involuntariamente como que numa festa particular dentro de mim. amei, chorei, viajei, abracei, gritei, fugi, sorri, me escondi e tantas outras coisas que guardo pra mim como que tentando aprender a aceitar situações que já não existem mais. o orgulho machucado me deixa tão mais pra dentro do que já sou, me faz perguntas sobre onde eu realmente é o meu lugar. não sei. não-sei! aprendi que independente do lugar para onde eu vá, os problemas não vão deixar de existir. aprendi que ser adulto não tem um gosto muito doce, que as pessoas são deveras cansativas e que poucas são as pessoas que realmente se importam.

tanta coisa pra aprender ainda.

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disfarça e chora

o dia era de festa. pessoas queridas, só as especiais com quem me esondi noite a fora. abraço apertado e feliz aniversário. foi um dia de surpresas boas e nem tão boas assim. quis não estar aqui. o sorriso não era largo, mas o abraço foi sincero. na hora de apagar as velinhas o pedido se confunde com desejo. fecho os olhos e acredito.

sou sonhadora.
'eu tiro os pés do chão para poder sonhar'

obrigada a quem lembrou.
tudo em dobro pra vocês.

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8.3.09

'...eu não sou tão triste assim, mas é que hoje estou cansada...'


(to cansada de mim)

6.3.09

(...)

eu não to sabendo administrar o que está acontecendo. perdi o controle de muitas coisas que sempre foram fáceis de carregar nessa caixinha aqui. o calor nos últimos dias é chapante, você delira. e entre um surto de delírios e outro, as cores nítidas se confundem com o amarelo manga do fim da tarde. me desligo por um tempo, mas o mundo não se desliga e quando acordo o calor continua chapante e delirante, mas agora em tons de vinho tinto.

3.3.09

quando sair da minha vida, encoste a porta.

1.3.09

(...)

nós nunca somos os primeiros, os descobridores ou inventores. tudo é um grande simulacro. a visão ímpar sobre algo que já é. novas facetas pra situações e pessoas da rotina. novas imagens para cenários tão repetidos. velhas músicas, novos sabores. nós sempre somos algo em alguém, assim como você me é.

foi.

sempre levamos um pouco deixando outro tanto, às vezes querendo ficar. vamos e voltamos centenas de vezes. às vezes indecisos, resolvemos fugir.

fugimos.

quando voltamos tudo o que era, se ainda for, tem gosto de novidade.

se já não é, muitas vezes só tem gosto de saudade.